Texto escrito por Thiago Garcia. Publicado originalmente em maio/2016.
O que acontece quando pessoas apresentam o próprio trabalho ao público de uma forma divertida e empolgante? O que se segue foi o que aconteceu em 2014 no Hello World Open sob o meu ponto de vista, um exemplo de um trabalho, digamos, desconhecido, tornando-se empolgante, quase um esporte.
Em 2012 surgiu uma espécie de ‘Campeonato Nacional de Programação’, onde participantes do país foram desafiados a criar uma inteligência artificial que assuma o controle de um jogo de Pong (com direito a lançar mísseis nos adversários) e, claro, vença todos as partidas.
A empreitada deu tão certo, que criaram o Campeonato Mundial, o Hello World Open 2014. E é aí que entramos nessa história.
Aqui na Working Minds, há momentos em que o coração fala mais alto. Mas quando a informação de um campeonato de programação chegou na empresa, ficamos acanhados (mais que o normal) e decidimos, sem muito compromisso, que o melhor colocado na empresa ganharia uma caixa de bombons que estava de bobeira no escritório. É claro que seria o máximo ganhar esse caixa e certamente o máximo que ganharíamos com uma competição. Afinal, “isso toma tempo, tempo que não nos sobra”.
Kevin Bacon trabalhando na Working Minds
A Reaktor em parceiria com a Supercell desenvolveram um desafio ‘simples’. Criar uma inteligência artificial para controlar um carro de autorama virtual. Trocando 60 mensagens por segundo, a sua AI deve dizer quando acelerar, trocar de pista, liberar o turbo ou desacelerar e percorrer os circuitos que na competição são aleatórios. Durante o desenvolvimento, você pode assistir suas corridas e avaliar como pode melhorar o programa.
A primeira parte da competição era composta de 4 etapas que culminavam nas semifinais. Os times de cada continente competiam todos contra todos por sorteio em 5 corridas. Os melhores passavam para a fase seguinte e na semifinal os 2 melhores de cada continente ganhavam uma passagem para a final, em Helsinki.
O autorama original no qual o desafio foi inspirado
Quando se trata de uma brincadeira dessas, motivação para seguir em frente é um fator determinante. E devo admitir que ver seu colega que trabalha ali do seu lado fazendo um tempo incrível num circuito já bastou para as primeiras madrugadas de pouco sono em busca da caixa de bombons. Não demorou muito para que o principal assunto fora do expediente fosse a solução de problemas encontrados pelas pessoas ao desenvolver a AI. Isso sem falar que alguns de nós, como eu, tínhamos que separar umas horinhas diárias para a universidade.
Ao passo que a caixa de bombons se valorizava, a competição se tornava acirrada, e eu já me vi programando com um tablet, acessando meu computador pela a internet roteada do meu celular em sala de aula… E pasmem, foram os dias mais produtivos na competição e nas aulas! Só que não. Pra mim até parecia ser. Mas não era exatamente como parecia.
Panorâmica do palco, momentos antes da competição
“Ficar entre os 50 primeiros, ganhar a caixa de bombons da empresa e ir para casa feliz”, era nosso assunto principal. Mal sabíamos que na última corrida, venceríamos o terceiro colocado por menos de 1 segundo de vantagem e seríamos colocados em segundo lugar da nossa chave. O email titulado “Welcome to Helsinki” que veio a seguir, também não parecia de verdade. Em seguida, foi um mês inteiro de ajustes, correções, melhorias e longas discussões (algumas sem conclusões) para dar os toques finais no código que tínhamos criado.
Helsinki vista da torre do estádio
No mês seguinte, desembarcamos na terra natal de Linus Torvalds para um belo evento. O Games First Helsinki levou à terras finlandesas algumas das maiores mentes dos games, especialmente no que se diz respeito de tecnologias mobile. Como não podia deixar de ser, um evento tão esperado na área, não podia ficar sem um toque de emoção. E aquela competição que valia uma caixa de bombons, agora parecia ser coisa séria. Nos tornamos parte da festa de encerramento da conferência e participantes de uma competição assistida ao vivo por milhares (não estou exagerando) de pessoas.
Hello World Open 2014
Problemas? Aos montes. O desafio era grande, o tempo era curto e fiquei satisfeito com o que fizemos. Claro que poderia ser melhor, mas não foi dessa vez que levamos o maior prêmio. Fiquei bem feliz com a caixa de bombons e a experiência bem legal que trouxe com meus colegas.
Be right back, Helsinki 🙂
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